Dona Prosperina é a avó do Gean, um dos meus alunos, e conhece histórias de Lavras Novas como ninguém!
Durante a elaboração das revistas, no final de 2011, Pedro, Milene, Arthur Camarano, então no 7º ano, a entrevistaram e descobriram algumas lendas e histórias de arrepiar!!!
Lavras Novas: um lugar encantado
1- Lapa das Almas
Há muito tempo atrás, quando ainda não havia luz elétrica no distrito, as ruas eram muito escuras à noite. Havia poucas casas, uma muito distante da outra. As pessoas tinham medo de sair sozinhas à noite. Nas altas horas da noite, todo mundo que se arriscava a andar pela rua podia ver, em uma pedra, uma banda muito bonita tocar. E mesmo quem não tinha tanta coragem para ir ver de perto, ficava ouvindo de longe, pois de qualquer ponto do distrito a música podia ser ouvida. Depois, quando começou a aumentar o número de casas, a banda nunca mais tocou. Esse lugar onde a banda tocava ficou conhecido como Lapa das Almas.
2- O Cavaleiro da Meia-Noite
O cavaleiro vinha de longe e passava na rua com um cavalo bem arreado. O cavalo até tinia a ferradura. Passava sempre à noite, à meia-noite. A rua não tinha luz, era tudo escuro. Muita gente via o cavaleiro que descia a rua e sumia no “S” da igreja.
Entrevistamos um morador de Lavras Novas que já avistou o Cavaleiro da Meia-Noite. Ele nos contou que era garçom em um bar. Certa noite, escutou o tinir das ferraduras do cavalo, parou seu serviço e foi olhar o que estava acontecendo e avistou a cena mais intrigante de sua vida: em meio à escuridão da nossa vila, um homem em cima de um cavalo e, dos seus pés, respingavam chamas de ouro. Nesse momento, perdeu a sua voz e desmaiou.
3- Procissão das Almas
A encomenda das almas só era feita no silêncio da meia-noite, quando a maioria das pessoas dormia e só as almas permaneciam acordadas e perambulando pela rua escura.
Conta a senhora que a encomenda das almas tinha muita ciência e a procissão percorria a caminhada até a igreja com muita fé e seriedade.
Teve, então, uma pessoa que olhou pra trás e viu uma mulher na janela que a chamou e entregou-lhe uma vela. No dia seguinte, constatou, aterrorizada, que a vela que ganhara era uma caveira.
Até hoje no distrito todo mundo que acompanha a procissão tem medo de olhar pra trás!
4- O Fantasma da Perna Grande
Os velhos contavam que aqui em lavras Novas não tinha luz, tudo era muito escuro, eram muito poucas casas. Quem, à noite, saía na rua via um fantasma que era pequeno e quando ele aparecia, ia crescendo cada vez mais até colocar uma perna de um lado da rua e a outra do outro lado. As pessoas passavam debaixo da perna dele, em frente à padaria.
5- Lenda dos Namorados
COMENTÁRIO DA REGINA (CENTRO CULTURAL YVES ALVES, TIRADENTES)
ResponderExcluirElodia,
Esse resgate do patrimônio imaterial é fantástico. Aqui em Tiradentes o pessoal publicou um livro com as lendas locais. A proposta é que sejam trabalhadas pela rede municipal de ensino, o que ainda não tem sido feito. As lendas de São João del-Rei também foram resgatadas. Há publicações e apresentações teatrais sobre as lendas. Vide sites.
Observei que a lenda Procissão das almas é contada em vários locais .
Folias de Reis é uma tradição que me encanta.
Gostaria de saber mais sobre a peça teatral Ná-ná-ná.
Quanto às comidas típicas, observo que a carne de porco, que era muito apreciada antes, tem sido menos utilizada.
Recadinho para população: não deixar que o comércio impere no Centro Histórico como ocorreu aqui em Tiradentes. Casas e lotes não devem ser vendidos.
A população daqui está concentrada na periferia e perdeu o interesse pelo resgate das tradições. O que se vê é $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$.
Parabéns a todos e à professora .
Grande abraço.
Regina Carvalho dos Santos / Assistente Administrativo
SESI - Centro Cultural Yves Alves | Tiradentes
COMENTÁRIO DO JUDENILSON
ResponderExcluirQuando me deparo com trabalhos de meninos e meninas de tão tenra idade, fico cada vez mais vivo por saber que eles estão aí colaborando com a beleza deste patrimônio que não pertence a um determinado grupo e sim pertencente a todos em um grau maior ou menor, mas o importante é que cada um deixe o seu legado. Você conseguiu despertar nestes cidadãos esta civilidade que jamais eles perderam.